Fruto de um exaustivo trabalho de pesquisa em arquivos, livros raros, enciclopédias, coleções de leis e processos de degredados, o autor traz uma amostra do que foi o seu trabalho de maior fôlego que resultou na sua tese de doutorado. A historiografia ...
Sinopse
Fruto de um exaustivo trabalho de pesquisa em arquivos, livros raros, enciclopédias, coleções de leis e processos de degredados, o autor traz uma amostra do que foi o seu trabalho de maior fôlego que resultou na sua tese de doutorado. A historiografia do Brasil-Colônia ganha um significativo contributo com esta obra, que fez emergir, para a história brasileira, a categoria silenciada até então - os degredados e sua trajetória. Os Estados Modernos na Europa trouxeram sua força e impuseram
sanção àqueles que transgredissem suas normas, e para isso aplicou o controle social, neste caso, pelo Estado Português de forma exemplar, com suas leis sobre o degredo. A modernidade é também a época da construção do mundo Atlântico que presenciou as maiores transferências forçadas de população de africanos e europeus. A chamada “migração forçada” faz parte da história do Atlântico Sul, e o livro trata dos personagens que fizeram essa travessia em direção norte-sul e sul-norte. O estudo dessa entrada específica de população europeia na Colônia veio preencher uma lacuna histórica que permite reconstruir as trajetórias daqueles que atravessaram o Atlântico premidos pelas necessidades fundamentais do estabelecimento da colonização na América do Sul. Com sólida documentação, ao desvelar trajetórias pessoais dos degredados, o autor nos insere nos primórdios da colonização portuguesa no Brasil. Há notícias de degredados desde a expedição de Cabral. E dessa época se fez uma construção, quase mítica, do sofrimento desses primeiros condenados. A terra brasileira, não mais São Tomé, passou a ser o lugar de degredo. Os donatários tiveram que se haver com eles, com horror, ou, mesmo, com intenção utilitária para a funcionalidade da colonização. Neste livro, Geraldo Pieroni vai além de desvendar a história dos degredados no Brasil-Colônia. Ao desfazer algumas das construções da historiografia sobre degredados, como sinônimos de pessoas marginais e violentas, ele nos mostra as nuanças das leis e a lógica da atuação do Estado e da Igreja portugueses nos séculos XVI-XVII.
Número de Páginas
136
Formato
14x21cm
Ano de Publicação
2024
Área
História
INTRODUÇÃO
CAPÍTULO 1.
Os primeiros degredados
CAPÍTULO 2.
Náufragos ou degredados?
CAPÍTULO 3.
“Piores cá na terra do que peste…”
CAPÍTULO 4.
Os 400 degredados de Tomé de Sousa
CAPÍTULO 5.
Nobres e peões
CAPÍTULO 6.
Leis e mais leis: degredar é preciso
CAPÍTULO 7.
Comutações e vendas de perdão
CAPÍTULO 8.
Recrutamento de mão de obra
CAPÍTULO 9.
O gramático degredado e o padre do ouro
CAPÍTULO 10.
Mulheres de toda qualidade
CAPÍTULO 11.
Degredados: “poviléu rafado dos enxurdeiros”?
CAPÍTULO 12.
O Regimento dos Degredados
CAPÍTULO 13.
O degredo nas Ordenações Filipinas de 1603
CAPÍTULO 14.
O Desembargo do Paço e a Casa de Suplicação
CAPÍTULO 15.
Os degredados da justiça secular
Sebastião d’Elvas e Isabel: ladrões
Jácome Pinheiro e Nuno Garcia: assassinos
O livro dos degredados: assassinos, ladrões, vadios e adúlteros
CAPÍTULO 16.
Inquisição e degredo
CAPÍTULO 17.
O degredo no Regimento Inquisitorial de 1640
CAPÍTULO 18.
Os degredados da Inquisição
Francisco, Leonor, Maria e Ana: cristãos-novos
Maria Ferreira: bígama
Beata Maria Dias: falsa visionária
António Luís: blasfemador
Isabel Gonçalves: falsária
António da Vila dos Arcos de Valdevez: sodomita
Padre Domingos: confessor sedutor
Maria Silva: feiticeira
CAPÍTULO 19.
Os ciganos degredados
CAPÍTULO 20.
Também os escravos eram banidos
CAPÍTULO 21.
As Constituições Primeiras da Bahia de 1707
Conclusões
Referências
Bibliografia